terça-feira, 26 de julho de 2016

Free Zone anuncia line up para seu 38° Evento de Rua em Curitib

Free Zone anuncia line up para seu
38° Evento de Rua em Curitiba
Sábado, dia 30 de Julho, rola a 38ª Intervenção Urbana do Free Zone Curitiba. Área livre com música eletrônica de qualidade para quem quiser ouvir. Free Zone é a expressão da cultura urbana afim de curtir o agito mais bacana dos sábados à tarde em Curitiba.
O evento combina diversas formas de arte, trazendo vida inteligente e ação social para a calçada. Além de reunir artistas de diversas matizes serão arrecadados agasalhos para a campanha “DOE CALOR”, organizada pela Prefeitura Municipal de Curitiba, então, além de se divertir com boa música, será uma boa oportunidade de ajudar a quem mais precisa.
Casa 102, local do evento deste sábado.
Os DJs convidados são Brothers Cup , Gabi Lima, Jaques Rios, Dj Jeff Cigano, Paulo Pires, PETRI, Renan Mendes e SpaceGhost além da intervenção visual de Gee Siqueira.
O local escolhido para o evento, acontece no sábado, dia 30 de Julho, começa as 10h da manhã e vai até as 22h, é a calçada da ‘acolhedora’ Casa 102, na Rua Julia da Costa, 102, bem pertinho do Largo da Ordem, no centro histórico de Curitiba.
O evento na Rua Julia da Costa, 102, centro de Curitiba.

Serviço: Evento: 30.07 Free Zone #38 DJs na Calçada da Casa 102 Data: Sábado 30 de Julho de 2016 - 10h Local: Calçada da Casa 102 - Rua Julia da Costa, n 102 Artistas: DJs Brothers Cup , Gabi Lima, Jaques Rios, Dj Jeff Cigano, Paulo Pires, PETRI, Renan Mendes e SpaceGhost. Intervenção visual: Gee Siqueira Ingresso: Um Agasalho ( Campanha DOE CALOR/ FAS - Prefeitura Municapal de Curitiba) Produção: NZPR

Veja mais sobre o evento:

www.flybynight.com.br/site/redacao/2016/07/26/evento-de-rua-chega-a-38a-edicao/
www.housemag.com.br/www/noticia/2446-free-zone-musica-na-calcada.html
www.gazetadopovo.com.br/blogs/aperte-o-play/free-zone-curitiba-musica-na-calcada/

terça-feira, 5 de julho de 2016

Garotas no Comando: A ascensão das mulheres na Indústria da música Eletrônica no Brasil






Garotas no Comando: A ascensão das mulheres na Indústria da Música Eletrônica
NAZEN CARNEIRO·CURITIBA- TERÇA FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2016 | TUDOBEATS / PHOUSE
"Por todo o mundo Djanes tem mostrado que tem conteúdo e disposição para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo e, por vezes, machista. Ainda são poucas frente a tantos DJs homens mas as que conquistaram seu espaço tem um trabalho sólido. A satisfação e a sensação de plenitude profissional vem através do próprio esforço e daqueles que as apoiam verdadeiramente; os pequenos clubs, a cena underground de diversas cidades mundo a fora, seja Berlin, Paris ou Curitiba, os locais onde rolam as festas é onde nascem os talentos."
Na foto as Produtoras Fernanda Paludo e Priscila Prestes, duas das sócias da Agência 24 Bit


Um bom exemplo de sucesso das mulheres na música eletrônica é a Agência 24 Bit de Curitiba.
A Agência tem um trabalho consolidado na cena eletrônica brasileira, gerenciando a carreira de diversos artistas como Antonela Giampietro, Aninha, Eli Iwasa e Nastia, só para citar as mulheres.

A própria 24 BiT , por exemplo, tem entre suas fundadoras a DJ Produtora Aninha - residente do Club Vibe e Warung - e as Produtoras Fernanda Paludo e Priscila Prestes, todas premiadas pelo

Rio Music Conference. O que se vê então é que de uma ponta a outra as mulheres estão presentes, das Agências às Produtoras de Evento, e que no geral - mas especificamente no Brasil - mandam muito bem.


Ingrid Chasseraux Antonela GiampietroAninha, Ananda NobreMara Bruiser, Ane Ferraz, Hiorrana, Ellie Ka ... EU poderia fazer uma lista gigante, mas deixa as listas pra lá pois sempre falta alguém nelas! São tantas as excelentes profissionais em atividade no Brasil...

Seja na Política, Engenharia, Futebol ou na Música é fato consumado que, mesmo em sociedades machistas como a Brasileira e a dos Estados Unidos, "as mulheres cada vez exercem funções profissionais antes, quase, exclusivas dos homens.".
Essa frase - quase que um clichê pós revolução feminista - não inclui nela um grande problema. A questão do acesso e da remuneração, como quando o contratante exige que a profissional se enquadre num determinado padrão estético. Isso acontece muito por aí, como neste caso, onde o americano - pretenso DJ e dono de agência americano, recentemente fez o seguinte post nas redes sociais (como já divulgado em matéria aqui da Phouse)



Tradução:
“Olá, damas, meu nome é Justin James e eu sou um DJ americano atualmente tocando pela Ásia e além. Eu também sou dono de uma agência nos EUA e eu contrato DJs mulheres de tempos em tempos. Se você for compatível com os requerimentos seguintes, por favor mande uma mensagem.
1. Deve ser habilidosa e querer viajar
2. Deve ter um presskit eletrônico
3. Fotos para imprensa atualizadas
4. Fanpage (mínimo 5.000 likes)
5. Página no Instagram (mínimo 2.000 likes)
6. Entre 21 e 32 anos de idade
7. Altura: entre 1,58m e 1,73m
8. Entre 47 e 54kg 







Para caras como esse, existe uma receita de bolo para criar uma “DJane de sucesso” e vender muitos ingressos para suas festas:

Estatura nem muito alta nem muito baixa; rosto bonito, pele bem cuidada, cabelo sempre no estilo e sensual além de, óbvio, magra. As fotos e os outfits dos shows sempre com roupas curtas e poses para lá de expostas. O decote... bem, o decote não preciso nem falar. Até onde vai a imposição dessa estética e em que ponto ela sobrepassa a real função dx DJ.

É como aquele negócio de “Fulano ataca de DJ” (sic) que aléde ridículo é maior papelão, oriundo de uma visão bizarra onde a imagem importa mais que a música, onde o profissionalismo importa menos que um nome famoso, a própria Sociedade do Espetáculo' num nível muito ruim.



A foto acima é de um concurso promovido nos Estados Unidos pelo site "djanemag". Tudo isso dá uma idéia do que acontece na indústria da música eletrônica, tomada pela desigualdade. Há estimativas que dizem que, nos lineups mundo afora, nem 10% dxs DJs escalados são mulheres. Eu mesmo peguei os lineups da próxima Tomorrowland Brasil e do último Ultra musicFestival para dar uma olhada. Você nem precisa terminar de ler todos os nomes de Artistas para concluir que que a participação é ínfima, o que confirma a informação, para pior. 

Recentemente, ou nem tanto, pipocaram vários eventos no país com lineup exclusivo de DJanes. Um dos exemplos underground disto é o evento GIRL GANG que rola em Curitiba, combinando diversas artes produzidas somentes por mulheres, com foco na discotecagem. (leia mais)


http://rollingstoneindia.com/electric-ladies-the-women-firing-up-the-edm-scene-in-india/

Djane são destaque na Revista Rolling Stone



"Para quem ama e vive de música, parece ridículo que isto ainda exista, e pior, "funcione" para alguns apelar para exposição ao invés de boas práticas de marketing pessoal."






Então será que ensinar jovens mulheres a discotecar e produzir pode reduzir a desigualdade na música eletrônica? É o que discute um artigo publicado pela Thump (leia mais). Perguntei ao Rafael Araújo, DJ Produtor e um do proprietários da AIMEC - uma das maiores escolas de DJ do país - sobre a questão: “A AIMEC sempre teve teve mulhere entre seus estudantes e cada vez tem mais. No que depende de nós elas tem todo o apoio eu conheço várias de muito talento que passaram por aqui”, afirma.



Confira materias correlacionadas

www.djanemag.com/miss 







 www.latimes.com/entertainment/music/posts/la-et-ms-coachella-2016-women-artists-20160105-story.html


INTERVIEW: Chris Liberator UK





1. Tell us 5 songs u have in your car today. (or 5 songs you've recent and frequetly listened to

haha,my car stereo is broken so can only listen to the radio...so commercial stuff only,though me and my 11 year old daughter do like Riton 'Rinse and Repeat' as it's got acid in it and some cool wonky bass, and reminds me a bit of Brazilian band CSS, and Years and Years 'King' as it's catchy and has interesting and intelligent lyrics!! Other songs i like at the moment are Anthrax (UK punk band) new single on Grow Yer Own, Secret Hero's 'Sylmar Acid Test' (my fave Acid Techno record of recent times), and anything by the Skints (London reggae band) whose latest album is brilliant, as are all their albums..


Tudobeats: Last time you played in Curitiba it was The Acid Eaters Collective 10 year party. What has (IF it has) changed in your music Well, i've gone back to playing a lot of Acid Techno again, as there's a ton of good new stuff, and a lot of newer producers now who are really into it and flying the flag!! I still love my techno but its so slow now and difficult to play alongside the faster acid tek stuff ;except in really long sets like i did last year at Techno Route). Hard groove has disappeared so there's very little 140/135 bpm techno around so its very slow techno or very fast acid techno, i usually play that as it's more energetic and floats my boat more than the 125 techno which borders on house(old man music ha ha!!)


Tudobeats: You are DJ, Producer, Party man, run a label, what is quite a lot. How do u find time to do all that and event have time for kids and family I'm struggling, time is the thing i do not have much of, never enough these days 


Tudobeats: Considering all this, in what have u been MORE active lately My daughter is 11 and a budding actress, her rehearsals and out of school dance and drama eats up a lot of spare time, with a baby too it is quite difficult at the moment. The online record store is a fair amount of work as its only me and Aaron running it (and all the labels and production), same with 909london where it's just me and Jethro, so i've had to concentrate a lot on both of these recently as the release schedule is constant .With gigs at weekends, and 2 punk bands (Dogshite and Hagar The Womb), my studio time for techno is very limited but i still try and get at least one release a month made if i can. 5. From that TECHNO of 2002 to what people are calling techno now, how would you explain its differences. It's really slow now, almost like House music which is fine, but it's a shame the energy and some of the impetus has gone to a degree. There are some great producers and some very good techno being made but it's hard to combine with UK acid techno/techno which has remained fast and upbeat 6. We have published here in the PHOUSE website a story where we`ve mentioned the squat parties and the STONKA, which you were the responsible, How is all that scene going? There has been quite a lot of problems with police shutting down parties and confiscating rigs. A lot of London is now prime residential areas so not so easy to find disused buildings and squat them for parties. Having said that, there are still plenty of rigs up for it and last weekend there was a pretty good, small squat party which i missed but i heard was banging!!The spirit is still there for sure!!! 7. People are very excited to listen to you again here in Brazil. What can we expect I'm not sure yet, of course, plenty of the latest new school acid techno, but not certain whether i will start with some slower techno or just slam in with some more energetic London style techno..expect a few classics,all played on vinyl of course!!! 8. You have played in BIG FISH once or twice, share a memory with us please Always love playing for Big Fish and Vibe, the crowd last time were brilliant, and those that stayed the distance until the very end, (way past when i was supposed to finish) were just amazing ,a lot of smiles!!! 9. Please share some of your future works and partners . What can we expect to see from Chris Liberator Been working a lot with Guy Geezer again, have quite a lot of stuff in the pipeline including a new track on Corrosive 007. Also been working with Steve Mills, the new Brain Gravy will be me and him on special pic disc so watch out for that. Had some sessions with Henry (D.A.V.E.) where we have been doing our Ha-lo project again which has been fun,more slower and funkier stuff,we're hoping to get an album's worth of tracks finished this year. Also more stuff with Fly from the Dice, Darcmarc, Sterling, and hopefully some solo stuff once i sort out a new studio which me and Aaron are hoping to set up at the SUF hq in hackney (if we ever get the time!!!)I love the collaborations but i'm determined to get in and do some long overdue solo stuff in next 24 months...just time,or lack of it, but where there's a will there's a way!!!



segunda-feira, 4 de julho de 2016

REDOMA 005 DESTA SEXTA TEM LOCAL REVELADO


Sabe aquele slogan super clichê de novos eventos, o tal do "Novo Conceito", que na verdade nunca traz nada de novo, muito menos um conceito? Pois bem, acho que estes caras aqui conseguiram de verdade. Redoma é um novo conceito, tem originalidade - e melhor, não se auto entitula como tal.






"Liberdade de expressão e um amor por combinar elementos áudio visuais e artes" foi a definição que li - leia Georgia Kirilova para o Alataj - sobre a Redoma que acredito traduz bastante da experiência que ela proporciona. Só que é mais que isso; o evento realmente traz algo de novo quando coloca na mesma "Redoma", tantas pessoas envolvidas e engajadas nas suas causas e áreas específicias. Sente-se falta de eventos e movimentos com conteúdo, que te apresentem pessoas realmente interessantes e de todos os tipos e backgrounds.
Lourene Nicola, Sócia Fundadora da Redoma / Foto^: Divulgação


"As pessoas enxergaram em nós um cunho político e ativista, do qual nos demos conta apenas posteriormente, mas que trouxe sentido à liberdade vinda do próprio público ao se fazer presente na festa com tudo que você pode imaginar quanto a atuações espontâneas." Lourene Nicola, sobre a percepção da Redoma


O LINE UP mistura diversas influências e tem artistas de Curitiba e São Paulo. Confira:

Dingue Mac Mpb _live p.a.
Diego Mazzitelli X Strange People _ dj set ( Music Nerds | Redoma ) 
MJP _ live p.a. + dj set ( Metanol FM )
Akin _ live p.a. + dj set ( Metanol FM )
πollanda _ dj set ( 4Finest Ears )
> Serp4f _ dj set ( 4Finest Ears )
> SLOU _live p.a. ( Eduardo Cavassim X Lourene Nicola X Tazzio Puccinelli _ Gold Dome | Redoma )
Alabastro _ live p.a. ( Gold Dome | Redoma )


Metanol FM is on Mixlr


Os ingressos custam entre 20 e 30 Reais e podem ser comprados nas lojas Whatafuck Hamburgueria, Album Design Hits, Casa do Cabide,  Zeitgeist Club e Modifixe Atelier.





Serviço

Evento: Redoma_005 > 1 ano < convida: 4Finest Ears & Metanol FM  

Data:     08 de Julho 9PM até de manhã
Local:   Rua Dr Reynaldo Machado 1097, Rebouças Curitiba
Pontos de Venda

Whatafuck Hamburgueria
Album Design Hits
Casa do Cabide
Zeitgeist Club

Modifixe Atelier.



UMA VIAGEM PELO DETROIT TECHNO WEEK 2016


"Confira o relato de como é participar de todos os dias (e festas) da Semana de Techno de Detroit"



Exclusivo para a Coluna Tudobeats. Felipe Muller é curitibano cofundador da festa Alter Disco.

Publicamos aqui na coluna Tudobeats sobre a Semana de Techno de Detroit - Detroit Techno Week -  estrelada pelo Festival Movement e suas dezenas de afterparties. De olho neste grande evento a coluna Tudobeats pegou carona na viagem de Felipe Muller, que fez um relato exclusivo e contou pra gente um pouco da experiência dele neste que é, hoje em dia, um dos principais eventos de música eletrônica do mundo.



Chegar em Detroit é sempre uma experiência carregada: uma das principais metrópoles americanas nos anos 50, a cidade perdeu desde então quase dois terços de sua população, declarou falência, e foi uma das protagonistas da maior crise econômica dos últimos 80 anos. Mesmo com as recentes obras públicas, novos restaurantes e cafés, e revitalização do centro, Detroit ainda tem 40% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, bairros inteiros deteriorados, e uma sensação persistente de se estar em um lugar abandonado e esquecido. 

É neste contexto, também, que a histórica efervescência cultural da cidade possibilitou a criação de um verdadeiro pedigree musical, desde o soul característico da Motown (aka Motor City) Records dos anos 60 até os primeiros experimentos com drum machines no formato 4x4, dos então jovens produtores Derrick May, Juan Atkins e Kevin Saunderson. A exportação do techno para a Europa e a popularização do gênero expandiram o alcance e acessibilidade da música eletrônica, mas em Detroit o techno underground se tornou uma força implacável: no fim dos anos 80 os produtores Jeff Mills, Carl Craig, Underground Resistance e Moodymann estabeleceram firmemente a cidade como um ícone mundial da música eletrônica. 

Carl Craig foi também o responsável pelo primeiro Detroit Movement, que aconteceu (de graça, diga-se) em 2000 e mostrou as facetas dos talentos locais - Dj Rolando, Derrick May, e J Dilla entre eles. Desde então, o festival vem acontecendo anualmente, e este ano reuniu 40,000 pessoas diariamente, com after parties para todos os gostos e tipos. Conto aqui os destaques do meu segundo Movement: 6 pistas, sol, calor de 30 graus, e muito som.


Day 1 - meu primeiro set foi de um dos novos talentos locais: aos 24 anos, Kyle Hall fez homenagem ao house e techno de sua cidade natal, com muita percussão e poucos, mas belos acordes, remetendo muito aos sons do Omar S, Andrés, e Theo Parrish. O dia começou muito bem. Em seguida, fui ver o Seth Troxler tocar no palco principal, também em sua terra natal, para um público ansioso e bastante receptivo. Com uma linha de techno um tanto quanto grave e minimal, Seth demorou até conseguir comandar o público. No fim do set, influências latinas e disco criaram momentos mais eufóricos, mas as frequências graves predominaram. Um pouco mais de trebble teria caído bem.




Seth Troxler no main stage

Voltando ao Red Bull Music Stage (o palco mais legal do festival), peguei o final do set do Dam Funk, artista de funk de LA com uma coleção de discos invejável e um live act bastante dinâmico. Dam Funk misturou DJ set com live performance, falou muito no microfone, e fechou com uma interpretação em cima de uma faixa do novo disco do Omar S. O público respondeu, e Dam Funk deu boas vindas ao Kenny Dope, metade do Masters at Work. Nem Soulful House e nem Hip Hop, Kenny Dope optou por um deep house moderno e elegante. Não recorreu a momentos fanfarrões e preferiu deixar o público focado e trancado em seu groove. Master, indeed! Uma pausa, uma cerveja, mas o line up continua.

Era hora de ver Four Tet. Sempre um dos meus favoritos, Four Tet fez um set cheio de produções próprias e músicas que ele vem tocando há muito tempo: Love Cry, KHLHI do seu projeto Percussions, e o hit-drum-machine Africano do Ajukaja, Benga Benga, que nunca falha em entregar um momento de catarse coletiva. A receita pode parecer simples: escolha um Afrobeat correto e execute uma 909 em cima. Mas o resultado é uma das faixas que vem sido tocada há anos por muitos DJs Classe A, e um dos melhores momentos do set. Para fechar a noite, Kraftwerk comandou a cidade do techno com a frieza e precisão germânica de se esperar: uma tremenda ode às máquinas e a prova queDetroit e Alemanha são mais próximas do que se imagina.


Kraftwerk – Main Stage

"After Party: Soul Clap’s House of EFunk. Buscando relaxar da maratona, a festa do Soul Clap no TV Lounge foi a pedida perfeita. Muita discotecagem em vinil a céu aberto garantiu que os pés continuassem."
Amp Fiddler misturou live performance e DJ, e sua marca distinta de jazz, funk e house desceu suave. Kon trouxe sua linha de disco, com muitas raridades e turntablism de brilhar os olhos. Maurice Fulton, Norm Talley e Overdubs, projeto live do Scott Grooves, forneceram house e techno para os ainda famintos, enquanto Biz Markie fez um set apenas de 45” - discotecagem avançada e irreverente. A noite terminou com muitos discos. 

Day 2 - Cheguei e logo assisti o set da The Black Madonna, DJ de Chicago que atualmente está em alta demanda. Seu set foi extremamente eclético, desde Len Faki até a hit disco Is It All Over My Face, do Loose Joints (projeto do Arthur Russel), passando por Kraftwerk e um pouco de Chicago House. O dinamismo do set manteve a galera super animada e Black Madonna saiu ovacionada. 
The Black Madonna – RBMA Stage

Na pista seguinte Magda comandava o fim de tarde com seu techno característico e pesado, e a multidão estava gostando.
 Assisti 15 minutos, mas corri para o próximo palco para ver uma das atrações que eu aguardava com muita ansiedade: Mike Huckaby. DJ e Produtor lendário de Detroit, Huckaby fez, sem dúvida, um dos melhores (senão o melhor) set do festival. Sua marca de techno hipnótico, quadrado, e envolvente leva influências de Chicago House e Detroit Soul. Entre produções próprias e obscuridades, o set 100% em vinil teve momentos de êxtase, uso de samples impecável, e uma energia surreal. Algumas centenas de pessoas dançavam como se não houvesse, e aplaudiram Huckaby por mais de 5 minutos no fim do set. Coisa linda demais! 


Mike Huckaby no Opportunity Detroit Stage

Depois disso, uma voltinha pela Ellen Alien, uma olhada no live do Amp Fiddler, e uns 2 minutinhos de Tale of Us. Era hora de ir embora!

After Party: Ok Cool. Chegamos para ver o finalzinho do set do Rick Wade, já representando no house fino para preparar o campo para a próxima atração: o duo lendário de House Mood II Swing. Fizeram um set deep+soulful de NY House, tocando inúmeras faixas próprias (aliás, acho que o set todo foi de produções deles). Um set lindo de um duo que dispensa qualquer apresentação. Em seguida, Seth, aliviado da pressão de um main stage de festival, fez um set bem mais relaxado e irreverente, e mostrou porque continua nos holofotes após tanto tempo. Após o fim do seu set, uma pausa (enquanto o Heartthrob fazia um live brutal de techno), esperando ansiosamente pelo início do set do Eddie C. O canadense fez, no meu ver, o melhor set de todo o fim de semana: munido de um E&S DJR400 e um par de Technics, exibiu uma seleção impecável com influências de disco, afro e deep house, executada com mixagens impecáveis e um senso de “storytelling dj set”. Os sets de Eddie C nos afterparties do Movement já adquiriram status lendário entre conhecedores, e finalmente entendi o motivo. Definitivamente um dos melhores sets que já presenciei.

Eddie C at Ok, Cool Party
Com um final tão glorioso, permiti me resguardar pelo restante da viagem e troquei o terceiro dia de festival por um rolê em Detroit. Os ouvidos e a alma já estavam devidamente saciados, e foi uma boa maneira de encerrar o fim de semana de Techno Tourism. 

Exclusivo para a Coluna Tudobeats. Felipe Muller é curitibano cofundador da festa Alter Disco.


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